domingo, 19 de janeiro de 2025

Tipologia Textual (narrativo, descritivo, dissertativo e injuntivo) Resumo para concurso

 

Tipologia Textual (narrativo, descritivo, dissertativo e injuntivo) Resumo


Resumo sobre os principais tipos textuais: narrativo, descritivo, dissertativo (argumentativo e expositivo) e injuntivo ou instrucional e suas principais características.


Tipologia textual é o modo como um texto é apresentado ao leitor, assim é interessante que o concurseiro (e, em breve, concursado!) tenha em mente as características dos principais tipos de texto: narrativo, descritivo, dissertativo e injuntivo.

 Caso o seu tempo esteja reduzido (mesmo levando em conta que este módulo não será extenso), dê mais atenção ao texto dissertativo, pois ele é o maior alvo das bancas!

 Aviso dado, vamos lá, então!

 


TIPO NARRATIVO


 

Partindo da explicação mais simples possível, um texto narrativo é aquele que conta uma história, seja verdadeira, seja fictícia. A questão é que o examinador não trará algo sobre João e Maria ou Chapeuzinho Vermelho numa prova (se trouxer, ótimo! rs...), logo é bom que as características do texto narrativo estejam bem fixadas em nossa mente.

 Entre os gêneros narrativos, temos: fábula, parábola, conto, romance, novela, piada, crônica.

 

- CARACTERÍSTICAS

 

A) O autor, através da narração, conta uma fato ocorrido em determinado tempo e local.

 B) Há um enredo, com sucessão de fatos, de forma linear ou não (é basicamente o fato ocorrido e o modo como ocorreu).

C) Geralmente o tempo verbal predominante é o passado.

D) Há um narrador (aquele que conta a história) que pode ser alguém "de fora" da trama (usa-se a terceira pessoa - chamado de "narrador onisciente") ou um próprio personagem dela (usa-se a primeira pessoa - chamado de  "narrador onipresente").

E) Podemos ter o uso do discurso direto ou do discurso indireto.

 

Agora vamos a um exemplo, nada melhor para fixar o conteúdo: 

 

Tragédia Brasileira

 

Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade. Conheceu Maria Elvira na Lapa — prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria. Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.

 

Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa. Viveram três anos assim. Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.

 

Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bonsucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...

 

Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul.

 

Manuel Bandeira

 

Percebam que o texto é narrado na terceira pessoa do singular ("Conheceu Maria Elvira na Lapa"), logo o narrador não pertence à trama, mas observou os fatos "de fora".  Podemos constatar ainda o seguinte:

 

- Há personagens: Misael e Maria Elvira.

 

- Há um enredo com sucessão de fatos: Misael conhece Maria Elvira, retira ela da rua, descobre que está sendo traído, resolve mudar de endereço com a mulher, passa a mudar de endereço toda vez que é traído, perde a paciência e acaba matando Maria Elvira.

 

- O discurso empregado pelo autor é o indireto (não há reprodução de fala dos personagens por eles mesmos).

 


TIPO DESCRITIVO


 

Como o próprio nome sugere, o texto descritivo tenta transmitir para o leitor informações que o façam "visualizar" um objeto, um lugar, uma pessoa, um sentimento. A ideia é a de que o leitor consiga imaginar como tal coisa é sem tê-la visto propriamente, tomando por base a descrição do autor. Para facilitar o entendimento, podemos associar o texto descritivo a um retrato falado (daqueles feitos para identificar criminosos): o objetivo de quem descreve é fazer com que a população consiga identificar o criminoso sem ter tido contato prévio com ele.

 

Entre os textos descritivos temos: relatório, propaganda, anúncio.

 

Atenção! É comum que trechos descritivos estejam inseridos em narrações, sendo muito rara a incidência de um texto puramente descritivo.

 

- CARACTERÍSTICAS

 

A) O uso de adjetivos e de locuções adjetivas é recorrente, pois para caraterizarmos uma pessoa, um lugar, um objeto, geralmente precisamos qualificá-los. Quanto mais detalhes, mais nítida a "imagem" é formada na mente dos leitores.

 

B) O emprego de metáforas é bastante comum. (*Metáfora é um recurso em que o autor emprega uma palavra ou expressão com sentido diferente do comum. Exemplo: Ele está forte como um touro.)

 

C) O texto descritivo transmite uma noção estática de tempo. Os verbos empregados normalmente estão no presente do Indicativo ou no pretérito imperfeito do Indicativo. Exemplo: Ela era branca, cheia de sardas. Tinha cabelos ruivos e cacheados. (verbos no pretérito imperfeito do Indicativo) Exemplo 2: O parque está florido. Podemos sentir o perfume em toda sua extensão. As crianças correm despreocupadas entre as árvores. (verbos no presente do Indicativo)

 

D) Há frequente uso de verbos de ligação.

 

E) A descrição pode ser objetiva ou subjetiva.

 

Atenção!

 

Descrição Objetiva é aquela que se aproxima bastante da realidade, com pouca interferência do autor, de forma mais exata, precisa. (Seria o caso de um autor mais comprometido com a verdade.)

 

Descrição Subjetiva é aquela em que o autor, além de descrever, emite juízo de valor, transmite a interpretação que faz acerca do alvo de sua descrição. (Seria o caso de um autor parecido com aquela sua vizinha fofoqueira...rs)

 

Exemplo de descrição objetiva: Benedito pesava uns 40 kg e tinha cabelos lisos, com aparência de oleosos.

 

Exemplo de descrição subjetiva: Benedito parecia um grilo, pesava uns 40 kg, tinha um cabelo liso ensebado; deve passar dias sem lavá-lo.

 

Percebam que, no primeiro trecho, o autor apenas descreveu o Benedito, tal como aparenta ser. Já no segundo, encarnou a "vizinha fofoqueira" e, além de descrever, teceu críticas desnecessárias.

 

O fato é que raramente encontraremos um texto com uma descrição totalmente objetiva, pois geralmente o autor transmite um pouco da interpretação que faz das coisas. 

 

Informações básicas dadas, vamos ao exemplo!

 

Retrato

 

Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.

 

Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas;eu não tinha este coração que nem se mostra.

 

Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida a minha face?

 

Cecília Meireles

 

O poema de Cecília Meirelles fala sobre o quão impactante pode ser a velhice e emprega, para isto, várias linhas descritivas (sublinhamos para vocês visualizarem melhor).

 

O emprego de diversos adjetivos caracterizam a autora em uma das fases de sua vida , transmitindo para nós traços físicos e até psicológicos  de Cecília ("eu não tinha este coração que nem se mostra...").

 


TIPO DISSERTATIVO


 

Antes de tudo, se você estava lendo "por cima" este módulo, agora é a hora de prestar mais atenção, ok? Este é o tema mais abordado em concursos dentro da Tipologia Textual.

 

A dissertação pode ser: expositiva ou argumentativa.

 

DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA

 

O texto expositivo tem por objetivo informar o leitor acerca de determinado tema, sem a preocupação de debater ou convencer. Um bom exemplo são as matérias de jornal que pretendem informar a população sobre as notícias atuais, sem a defesa do ponto de vista do autor sobre elas. Atenção ! Uma coluna chamada de "A opinião", por exemplo, entraria na modalidade dissertativa argumentativa.

 

Entre as características que nos ajudam a identificar um texto expositivo, temos:

 

A) Deve apresentar uma introdução (apresentação do tema), desenvolvimento (aprofundamento das informações) e conclusão (desfecho).

 

B) Os verbos empregados geralmente estão no tempo presente do modo Indicativo.

 

C) A linguagem deve ser clara, de preferência culta, dispensado o uso de gírias.

 

D) O autor deve manter postura imparcial, sem argumentar, sem expor ponto de vista.

 

Atenção! Comumente os autores mesclam parágrafos expositivos e argumentativos num mesmo texto.

 

DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA

 

O texto dissertativo argumentativo tem por fim o convencimento do leitor acerca de determinado ponto de vista e, para isto, o autor empregará artifícios como a exemplificação, a comparação, a apresentação de dados, o uso de testemunho de autoridade (citar pessoas ou instituições que pensam de igual modo), etc.

 

Pensem no autor de um texto dissertativo argumentativo como um advogado que defende uma causa, que quer convencer o juiz ou um júri sobre o ponto de vista defendido. Vamos agora apresentar as características que possibilitam o "ganho de causa" para o autor:

 

A) O texto deve estar organizado da seguinte forma: introdução (apresentação do tema), desenvolvimento (argumentos), conclusão (desfecho, resumo dos pontos principais com sugestão para solução do tema).

 

B) O texto deve ser impessoal, sendo preferível o uso da terceira pessoa do singular ou do plural (evitem expressões como "eu acho", "eu entendo").

 

C) O autor deve fazer uso do padrão culto escrito, sem gírias, sem linguagem coloquial.

 

D) Preferência pela objetividade (o autor não deve ficar "arrodeando" demais, mas ir direto aos pontos relevantes).

 

E) Os verbos geralmente devem ser empregados no presente do Indicativo ou no futuro do presente do Indicativo.

 

F) Ao utilizar dados e informações, o autor deve primar pela verdade (nada de inserir informações falsas no texto).

 

Conforme destacamos no início deste tópico, o autor pode utilizar diversos artifícios para convencer o leitor, vamos agora falar um pouco mais sobre isso:

 

I - Dar exemplos: Com certeza, uma das melhores estratégias! Percebam que quando a professora explica algo para vocês, costuma exemplificar para "clarear" o raciocínio, do mesmo modo o autor o faz em textos cujo objetivo é o convencimento do leitor.

 

"As mulheres precisam ter seus direitos assegurados com mais efetividade para que não sejam mais vítimas em potencial, pois, infelizmente, não é raro um jornal noticiar a morte de donas de casa, de esposas, de filhas, motivada pelo machismo ainda arraigado a nossa sociedade."

 

Percebam que a morte de donas de casa, de esposas e de filhas foi o exemplo escolhido pelo autor para embasar a necessidade de proteção dos direitos femininos.

 

II - Tecer comparações: Outra técnica muito empregada pelos autores que, ao confrontar informações, valorizam o ponto de vista que defendem.

 

"A sociedade atual diz estar mais evoluída e humanizada, mas os crimes bárbaros que ocorriam na época das  guerras mundiais repetem-se hoje e até são filmados e postados em redes socais".

 

Percebam que o autor compara os crimes do início do século XX (época das guerras mundiais) aos cometidos pela atual sociedade, que afirma ser mais humanizada.

 

III - Usar testemunhos de autoridade: Com este artifício, o autor pretende convencer o leitor sobre determinado ponto de vista apresentando o pensamento de instituições ou de personalidades importantes.

 

"Vinicius disse que beleza é fundamental e parece ser verdade: as clínicas de estética ganham a cada dia mais mercado e olhe que os preços dos tratamentos oferecidos não são os mais atrativos."

 

O autor citou Vinicius de Moraes ("As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental") para fortalecer a tese sobre o crescimento do mercado de estética.

 

IV - Usar fatos históricos e dados estatísticos: Ao apresentar dados estatísticos ou fatos históricos, o autor confere mais autoridade ao ponto de vista defendido.

 

"Desde o início de 2011, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a crise econômica e social oficial do país, avançou 22%."

 

O autor apresentou o dado estatístico do aumento de 22% do IPCA para embasar a teoria que defenderá ao longo do texto.

 

Informações dadas, vamos a um exemplo de texto dissertativo argumentativo:

 

Reduzido a um clique

 

A notícia é alarmante: “Amazon se prepara para vender livros físicos no Brasil.” O alarme não se limita à iminente entrada da Amazon no mercado brasileiro de livros – algo que lembrará o passeio de um brontossauro pela Colombo. A ameaça começa pela expressão “livros físicos”. É o que, a partir de agora, o diferenciará dos livros digitais.

 

Pelos últimos mil anos, dos manuscritos aos incunábulos e aos impressos a laser, os livros têm sido chamados de livros. Nunca precisaram de adjetivos para distingui-los dos astrolábios, das guilhotinas ou das cenouras. Quando se dizia “livro”, todos entendiam um objeto de peso e volume, composto de folhas encadernadas, protegidas por papelão ou couro, nas quais se gravavam a tinta palavras ou imagens.

 

Há 200 anos, os livros deixaram de ser privilégio das bibliotecas públicas ou particulares e passaram a ser vendidos em lojas especializadas, chamadas livrarias. Desde sempre, as livrarias se caracterizaram por estantes altas, vendedores atenciosos, uma atmosfera de paz e a ocasional presença de um gato. Foi nelas que leitores e escritores aprenderam a se encontrar e trocar ideias, gerando uma emulação com a qual a cultura teve muito a ganhar.

 

A Amazon dispensa tudo isso. Ela vende livros “físicos”, mas a partir de um endereço imaterial – nada físico –, acessível apenas pela internet. Dispensa as livrarias. Se você se interessar por um livro (certamente recomendado por uma lista de best-sellers), basta o número do seu cartão de crédito e um clique. Em dois dias, ele estará em suas mãos – e a um preço mais em conta, porque a Amazon não tem gastos com aluguel, escritório, luz, funcionários humanos e nem mesmo a ração do gato.

 

Com sorte, os livros continuarão “físicos”. Mas os leitores correm o risco de ser reduzidos a um número de cartão de crédito e um clique.

 

Ruy Castro, escritor e jornalista

 

Percebam que o texto, em sua introdução, indica que tratará da "virtualização" dos livros, vejamos: "ameaça começa pela expressão “livros físicos”. É o que, a partir de agora, o diferenciará dos livros digitais."

 

Ao empregar o termo "ameaça" o autor expõe uma opinião contrária a esta virtualização exagerada dos livros e das livrarias.

 

No desenrolar dos parágrafos, este pensamento torna-se nítido: "Pelos últimos mil anos, dos manuscritos aos incunábulos e aos impressos a laser, os livros têm sido chamados de livros. Nunca precisaram de adjetivos para distingui-los dos astrolábios, das guilhotinas ou das cenouras." (...) "A Amazon dispensa tudo isso. Ela vende livros “físicos”, mas a partir de um endereço imaterial – nada físico –, acessível apenas pela internet. Dispensa as livrarias."

 

No terceiro parágrafo, o autor argumenta sobre a importância dos livros e das livrarias físicas, a fim de convencer o leitor sobre o ponto de vista que defende, vejamos: "Há 200 anos, os livros deixaram de ser privilégio das bibliotecas públicas ou particulares e passaram a ser vendidos em lojas especializadas, chamadas livrarias. Desde sempre, as livrarias se caracterizaram por estantes altas, vendedores atenciosos, uma atmosfera de paz e a ocasional presença de um gato. Foi nelas que leitores e escritores aprenderam a se encontrar e trocar ideias, gerando uma emulação com a qual a cultura teve muito a ganhar."

 

A conclusão resume o que foi dito durante o texto, confirmando a tese contrária à virtualização dos livros e livrarias, defendida pelo autor: "Com sorte, os livros continuarão “físicos”. Mas os leitores correm o risco de ser reduzidos a um número de cartão de crédito e um clique."

 


TIPO INSTRUCIONAL


 

O texto instrucional tem por finalidade, como o próprio nome sugere, instruir ou orientar o leitor acerca de algum procedimento. Pode ainda prescrever orientações de forma coercitiva, como no caso de leis e regulamentos.

 

Entre os textos que se classificam como injuntivos, temos: leis, receitas culinárias, regulamentos, manual de instruções, bula de remédio.

 

Há autores que dividem este tipo textual em:  injuntivo (quando não tem finalidade coercitiva, exemplo: receitas culinárias, manuais) e prescritivo (quando tem finalidade coercitiva, exemplo: leis, regulamentos).

 

O importante é que tenhamos em mente as características do texto instrucional (injuntivo ou prescritivo), vamos lá!

 

CARACTERÍSTICAS

 

A) Predomínio de verbos no Imperativo ou no futuro do presente do Indicativo. ExemploAbra o lacre da esquerda para a direita (verbo no Imperativo). Exemplo 2: Amarás o Senhor teu Deus. (verbo no futuro do presente do Indicativo)

 

B) Linguagem objetiva (uso de frases curtas) e predomínio do padrão culto escrito (nada de gírias).

 

C) Ausência de argumentação: o autor apenas orienta ou exige tal comportamento do leitor, sem necessariamente justificar ou argumentar.


(FGV/2023 - TJ-BA - Conciliador)

Texto 1 – O caminho da alimentação saudável

Nova rotulagem da Anvisa é bem-vinda, mas aquém de seu potencial

Carlos Augusto Monteiro

Laís Amaral Mais

Desde outubro de 2022, o consumidor brasileiro vem se deparando com mudanças nas embalagens de alimentos nos mercados. Trata-se do novo modelo de rotulagem nutricional determinado pela Anvisa.

O uso do padrão é válido para produtos alimentícios lançados a partir de 9 de outubro; para aqueles já existentes, o prazo para adequação pode ser de um a três anos a partir da mesma data, dependendo da natureza do produto.O modelo traz novidades importantes. A principal é a inclusão de um ícone de lupa, indicando alto teor de gordura saturada, açúcar adicionado e sódio — cuja ingestão excessiva aumenta o risco de doenças crônicas. Além disso, padroniza o design da tabela nutricional e mostra valores nutricionais do alimento com base em porções de 100 g ou 100 ml, facilitando comparações entre produtos semelhantes de marcas distintas.



A adoção é um avanço. O rótulo de um alimento traz informações que orientam o consumidor sobre os componentes do produto, interferindo na decisão de compra. A escolha da nova rotulagem, no

entanto, poderia — e deveria — ter ido além.



Na teoria, a função do ícone da lupa é informar o consumidor sobre a composição dos alimentos.

Na prática, a iniciativa deveria apoiar escolhas alimentares mais saudáveis. Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, um caminho simples para manter uma alimentação saudável é evitar o consumo de ultraprocessados. São opções que contêm pouco ou nenhum alimento inteiro, sendo feitas majoritariamente de substâncias extraídas de alimentos (como amido do milho ou proteína da soja). Por isso, é comum que sejam adicionados corantes, aromatizantes e outros aditivos que os deixam atraentes.



Eles também costumam ter excesso de açúcar, gordura saturada e sódio. Dessa forma, uma grande parte dos alimentos aptos a levar o selo da lupa é composta de ultraprocessados. Ainda assim, muitos alimentos nocivos à saúde podem passar incólumes, já que o perfil nutricional — ou seja, os limites para cada nutriente crítico — escolhido pela Anvisa é demasiado permissivo.

Para receber um rótulo de "alto em sódio" no Brasil, por exemplo, um alimento precisa ter ao menos 600 mg do nutriente a cada 100 g de produto. Em comparação, o perfil nutricional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) atrela a quantidade de sódio ao total calórico do produto. Na prática, a diferença é notável: no caso de um caldo de galinha em cubos, o modelo da Anvisa tolera o dobro de sódio aceito pela Opas.

Brechas como essa, aliadas à publicidade já costumeira desses produtos, podem seguir provocando confusão ao consumidor. Mais que mostrar excessos em nutrientes, é necessário ajudar a população a identificar os ultraprocessados. Isso poderia ocorrer facilmente com o destaque da presença de certos tipos de aditivos alimentares. Afinal, nenhum alimento feito com comida de verdade precisa de "aroma idêntico ao natural de morango".

Para além das mudanças na rotulagem, o Brasil pode seguir o exemplo do Chile, que, junto às regras, implementou políticas públicas de alimentação saudável. A iniciativa inclui campanhas educativas e a regulação da publicidade e da venda de produtos não saudáveis a crianças. São ações que beneficiariam largamente a alimentação e a saúde no Brasil.



Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/01/o -caminho-da-alimentacao-saudavel.shtml Acesso em: 13/05/2023

“Para além das mudanças na rotulagem, o Brasil pode seguir o exemplo do Chile, que, junto às regras, implementou políticas públicas de alimentação saudável.” (Texto 1, 9º parágrafo)

Embora o texto 1 seja predominantemente argumentativo, seus últimos dois parágrafos colocam em relevo outro tipo textual.

Na passagem acima, retirada do último parágrafo do texto 1, o tipo textual predominante é o(a):

A) descrição;

B) narração;

C) exposição;

D) injunção;

E) diálogo.

Resolução:

 Vejamos:

O autor do texto dá uma instrução:


O Brasil pode seguir o exemplo do Chile...


O autor ainda enumera as melhorias que devem ser feitas para seguir o modelo chileno:


...inclui campanhas educativas e a regulação da publicidade e da venda de produtos não saudáveis a crianças. São ações que beneficiariam largamente a alimentação e a saúde no Brasil.


Bom, isso tudo pode, sim, ser considerado injuntivo afinal, mas é difícil perceber sem ter feito uma questão desse tipo antes, temos a chance de aprender para tentar não errar no dia da prova!


O tipo textual predominante na passagem é o injuntivo porque apresenta uma sugestão ou recomendação de implementar políticas públicas de alimentação saudável, indicando uma ação a ser realizada.

Portanto, a resposta correta é a opção D.



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